Presença na Gestalt-Terapia: estar inteiro no encontro
A presença é um dos pilares mais profundos da Gestalt-terapia.
Ela vai muito além de “estar fisicamente ali”: é a capacidade de se colocar inteira(o) no encontro,
com autenticidade, clareza, abertura e responsabilidade.
Nesta página, você encontrará:
- o que significa presença na Gestalt-terapia;
- como ela aparece no vínculo terapêutico;
- por que presença é diferente de técnica;
- como a falta de presença se manifesta na vida cotidiana;
- como desenvolver presença em processos de ansiedade, luto e relações.
Presença é o que transforma a terapia em um encontro humano, e não em um conjunto de intervenções.
O que é presença?
Estar presente é estar conectado consigo mesmo no momento em que se encontra com o outro.
Não é “estar perfeito”, mas estar disponível.
Presença envolve:
- awareness do que sinto, penso e percebo;
- contato com meu corpo e minha respiração;
- clareza do que é meu e do que é do outro;
- capacidade de sustentar a experiência, mesmo quando é difícil;
- autenticidade e horizontalidade no vínculo.
É um estado de “estar-com”, não de “fazer-para”.
Presença não é uma técnica — é uma atitude clínica
Muitas abordagens terapêuticas se organizam em torno de técnicas.
Na Gestalt-terapia, as técnicas existem, mas não são o centro.
A presença do terapeuta é o que sustenta:
- a co-construção da relação;
- o campo seguro para explorar dores e desejos;
- a confiança necessária para contato real;
- a possibilidade de experimentar novas formas de existir.
A técnica é um instrumento;
presença é o terreno onde a transformação acontece.
Presença e vínculo terapêutico
O vínculo na Gestalt-terapia é entendido como um compromisso ético de encontro.
Não é neutro, distante ou impessoal.
Isso significa que o terapeuta:
- se envolve como pessoa, e não como “função clínica”;
- não se esconde atrás da técnica;
- não se coloca acima do cliente;
- oferece presença, não controle;
- se permite afetar e ser afetado — com limites e discernimento.
A presença é o que transforma a sessão em um encontro vivo.
Quando falta presença
A ausência de presença pode aparecer de vários modos:
- estar no piloto automático;
- tentar agradar todos ao redor;
- desconectar do próprio corpo;
- viver apenas em função de demandas externas;
- responder à vida com rigidez ou evitamento;
- viver mais na “cabeça” do que na experiência real.
A ausência de presença não é falha moral — é um sinal de que a experiência ficou intensa demais,
e o organismo precisou se proteger.
Presença e ansiedade
A ansiedade puxa a pessoa para o futuro:
cenários, antecipações, riscos, possibilidades catastróficas.
Presença ajuda a:
- voltar ao corpo e ao ritmo respiratório;
- perceber o que realmente está acontecendo (e não o que é imaginado);
- nomear sentimentos antes do colapso;
- diminuir a velocidade interna.
Presença é antídoto para o excesso de futuro.
Presença e luto
No luto, presença é acolher:
- a oscilação natural entre dor e respiro;
- a ambivalência entre aceitar e não aceitar;
- a impossibilidade de “andar rápido”;
- o corpo que muda, enfraquece ou se mobiliza;
- a memória que chega em ondas.
Presença não exige superar, mas sustentar.
Como cultivar presença
Algumas práticas simples podem ajudar a ampliar presença:
- respirar profundamente antes de responder algo;
- notar a postura e relaxar o que estiver tensionado;
- pausar antes de se comprometer com algo;
- perceber como as emoções se apresentam no corpo;
- usar pequenas anotações de awareness ao longo do dia;
- perguntar-se: “o que estou precisando agora?”.
A presença começa com micro movimentos internos.
Se você deseja aprofundar presença
Presença se aprende na relação — especialmente em um espaço seguro, vivo e responsivo como a terapia.
Para conhecer o atendimento psicológico online: