Confluência





Confluência na Gestalt-Terapia: quando você se perde no outro


O que é confluência na Gestalt-Terapia?

Na Gestalt-Terapia, confluência é um tipo de bloqueio de contato em que a pessoa
tem dificuldade de se perceber como alguém separado do outro. Os limites ficam pouco claros:
gostos, opiniões, necessidades e escolhas tendem a se misturar.

Estar em sintonia com quem a gente ama é saudável. O problema é quando, para manter a harmonia,
você se acostuma a abrir mão de si o tempo todo – quase sempre sem perceber.

Confluência não é “amar demais”. É quando, para não perder o vínculo, você vai se
afastando de quem é, do que sente e precisa.

Como a confluência aparece no dia a dia

Alguns sinais comuns de confluência são:

  • Dificuldade de dizer “não”, mesmo quando está cansado(a) ou sobrecarregado(a);
  • Medo intenso de desagradar ou ser visto(a) como “egoísta”;
  • Tomar decisões com base apenas no que o outro quer ou acha melhor;
  • Sentir culpa quando cuida de si ou coloca limites;
  • Mudar de opinião facilmente para evitar conflitos;
  • Ter a sensação de que “se o outro não está bem, eu também não posso estar bem”.

Com o tempo, isso pode levar a cansaço emocional, ressentimento e sensação de vazio
como se você estivesse sempre presente para os outros, mas ausente de si.

Confluência e ciclo de contato

No ciclo de contato, a confluência costuma aparecer como uma dificuldade de se diferenciar na fase
em que a pessoa precisa reconhecer sua própria necessidade e se posicionar. Em vez de perceber
“o que é meu” e “o que é do outro”, tudo vira uma coisa só.

Isso pode tornar difíceis movimentos importantes, como:

  • Perceber que algo incomoda;
  • Mobilizar energia para proteger um limite;
  • Entrar em contato com raiva, frustração ou tristeza;
  • Negociar, pedir algo diferente, ou até encerrar uma relação que faz mal.

Como a Gestalt-Terapia pode ajudar

Na Gestalt-Terapia, o trabalho com a confluência não é “ensinar a ser individualista”.
O foco é ajudar você a reconhecer sua forma de funcionar nas relações e ampliar
a capacidade de:

  • Perceber o que sente, deseja e precisa, no aqui-e-agora;
  • Experimentar dizer “não” com apoio e cuidado, passo a passo;
  • Desenvolver fronteiras de contato mais claras e flexíveis;
  • Construir relações em que você existe como “eu”, sem precisar romper com o “nós”.

Esse processo é feito com respeito ao seu ritmo, sua história e ao sentido que essas formas
de se relacionar já tiveram na sua vida. Em Gestalt, não há rótulos, mas compreensão
do seu modo de se ajustar ao mundo.

Quando procurar ajuda?

Se você se sente constantemente sobrecarregado(a) pelas demandas dos outros, tem dificuldade
de se posicionar e percebe que vem se afastando de si mesmo(a), a psicoterapia pode oferecer
um espaço seguro para se ouvir e se reconstruir nas relações.

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