Responsabilidade na Gestalt-Terapia

Responsabilidade na Gestalt-Terapia: escolher-se, apropriar-se, existir

A responsabilidade na Gestalt-terapia não é moralista, punitiva ou culpabilizante.
Não é sobre “se virar sozinho” ou “fazer tudo certo”.
É sobre se apropriar da própria experiência, reconhecer escolhas possíveis
e assumir a parte que cabe a você — nem mais, nem menos.

Nesta página você vai entender:

  • o que significa responsabilidade na Gestalt;
  • por que ela é tão diferente do conceito comum;
  • relações com ansiedade, luto e limites;
  • quando responsabilidade vira peso excessivo;
  • como se apropriar da própria vida com mais liberdade.

Responsabilidade é, na verdade, liberdade em movimento.


O que é responsabilidade na Gestalt-terapia?

Em Gestalt, responsabilidade significa:

  • assumir autoria da própria experiência;
  • perceber escolhas que estavam invisíveis;
  • reconhecer limites (os seus e os dos outros);
  • não se abandonar diante das demandas externas;
  • tomar decisões alinhadas ao que sente e precisa;
  • devolver ao outro aquilo que não é seu.

Responsabilidade é um movimento de presença consigo mesmo.
Um ato de maturidade emocional — e não de perfeição.


Responsabilidade não é culpa

Na linguagem comum, responsabilidade vira sinônimo de “culpa”.
Na Gestalt-terapia, é exatamente o contrário.

Culpa paralisa.
Responsabilidade movimenta.

A culpa diz:
“Você errou. Se vire.”

A responsabilidade diz:
“O que você pode fazer agora, com o que sente agora, na situação real que tem diante de si?”

É um caminho de autonomia afetiva, não de autocobrança.


Quando responsabilidade vira peso demais

Muitas pessoas carregam responsabilidades que não são delas:

  • ser o apoio emocional de todos;
  • evitar conflitos a qualquer custo;
  • carregar culpas da família;
  • resolver problemas que são do outro;
  • tomar decisões pelos outros;
  • assumir funções que ninguém pediu.

A isso chamamos de hiper-responsabilização
quando o organismo tenta compensar um campo pobre em apoio.

Ao mesmo tempo, algumas pessoas vivem o movimento inverso:
evitam toda responsabilidade e esperam que o outro decida por elas.
Isso também é sinal de falta de apoio e autoapoio.

Em ambos os casos, a terapia ajuda a encontrar um meio-termo saudável.


Responsabilidade e ansiedade

Na ansiedade, responsabilidade costuma aparecer distorcida:

  • sentir-se responsável por tudo — e por todos;
  • tentar controlar resultados e pessoas;
  • exigir de si mais do que é possível;
  • carregar medo intenso de falhar;
  • confundir cuidado com autocobrança.

O trabalho terapêutico busca devolver a medida real das responsabilidades.

Em linguagem gestáltica:
responsabilidade é responder ao que é meu — não ao impossível.


Responsabilidade e luto

No luto, é muito comum que a responsabilidade seja tomada de forma rígida:

  • “eu deveria ter feito mais”;
  • “a culpa é minha por não ter evitado”;
  • “eu precisava ser forte para todo mundo”;
  • “não posso demonstrar dor porque atrapalha os outros”.

Esses movimentos são expressões de amor e proteção,
mas também são retroflexões — quando a pessoa volta a energia contra si.

A Gestalt-terapia ajuda a pessoa a colocar a responsabilidade onde ela realmente cabe,
e a permitir-se viver o luto de forma mais humana e menos solitária.


Como a terapia fortalece responsabilidade real (e não culpa)

A Gestalt-terapia trabalha responsabilidade de forma vivencial, através de:

  • awareness corporal e emocional;
  • nomeação de escolhas reais em cada situação;
  • identificação do que é da pessoa e do que é do outro;
  • experimentações em sessão (diálogo, limites, expressões contidas);
  • apoio ambiental suficiente para a pessoa se apropriar da própria história;
  • acolhimento da parte que ainda tem medo de escolher.

Responsabilidade não se impõe —
se constrói no encontro.


Perguntas para cultivar responsabilidade consciente

Algumas reflexões úteis:

  • “O que realmente depende de mim nesta situação?”
  • “O que eu estou tentando controlar que não é controlável?”
  • “O que em mim tem medo de assumir escolhas?”
  • “Que parte minha carrega responsabilidades que não são minhas?”
  • “O que eu posso fazer agora — e o que preciso aceitar?”

Se você quer viver com mais apropriação (e menos culpa)

Responsabilidade é liberdade com raiz.
É o ato de tomar posse da própria vida, passo a passo.

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