Aqui-e-Agora na Gestalt-Terapia: presença, realidade e experiência viva
“Aqui-e-agora” é um dos princípios mais conhecidos da Gestalt-terapia.
Ele não significa ignorar o passado ou o futuro, mas sim praticar uma
presença viva com o que está acontecendo neste instante —
no corpo, nas emoções, nos pensamentos e na relação terapêutica.
É no presente que a experiência ganha forma, que padrões aparecem, que
necessidades emergem e que novas possibilidades surgem.
Nesta página você vai entender:
- o que é o aqui-e-agora na Gestalt;
- como ele ajuda no tratamento da ansiedade, depressão, luto e trauma;
- por que o presente é o lugar da mudança real;
- como a terapia trabalha o momento presente com profundidade.
O que significa estar no aqui-e-agora?
Estar no aqui-e-agora é perceber o que está acontecendo agora,
sem fugir da experiência e sem se prender a interpretações automáticas.
Isso envolve:
- consciência corporal — sensações físicas, respiração, tensões;
- awareness emocional — o que sinto neste momento;
- contato com o ambiente — sons, luz, temperatura, presença do outro;
- percepção dos pensamentos — sem se identificar com eles;
- atenção à relação terapêutica — o que se forma entre cliente e terapeuta.
Estar no presente é permitir que a experiência viva se revele.
Por que o aqui-e-agora é tão importante?
Porque a experiência não acontece no passado ou no futuro.
Acontece agora.
É aqui que percebemos padrões, evitamentos, emoções e necessidades.
O presente é o lugar onde podemos fazer escolhas reais —
não as imaginadas, mas as vividas.
Aqui-e-agora e ansiedade
Na ansiedade,
a mente corre para o futuro criando cenários de ameaça.
O aqui-e-agora ajuda a pessoa a se reconectar com:
- sensações reais do corpo;
- necessidades presentes;
- ações possíveis agora;
- separação entre realidade e antecipação.
A presença reduz a fusão com pensamentos catastróficos.
Aqui-e-agora e depressão
Na depressão,
o passado ocupa o campo com narrativas de falha, culpa ou perda.
O aqui-e-agora ajuda a pessoa a:
- perceber pequenas variações no campo emocional;
- reconhecer movimentos de vida que ainda existem;
- notar microimpulsos que estavam apagados;
- se reconectar com ritmos e necessidades próprias.
O presente devolve nuance ao campo que parece “achatado”.
Aqui-e-agora no luto
No luto, o presente é onde a dor pode ser acolhida sem violência.
O aqui-e-agora possibilita:
- reconhecer emoções sem sobrecarregar o corpo;
- sentir a ambivalência natural da perda;
- guardar lembranças com presença;
- permitir ciclos de conexão e retração.
O luto é sempre vivido agora — não no passado.
Aqui-e-agora e trauma
No trauma, o presente pode parecer perigoso
porque o corpo guarda memórias implícitas de ameaça.
O trabalho terapêutico envolve:
- estabilização;
- regulação emocional;
- percepção gradual do corpo;
- retomar o senso de segurança no agora;
- separar passado e presente sem forçar.
Só quando o agora se torna seguro, a experiência traumática pode ser integrada.
Como a Gestalt-terapia trabalha o aqui-e-agora
A terapia favorece presença por meio de:
- percepção do corpo em tempo real;
- descrição da experiência sem julgamentos;
- identificação de padrões emergentes;
- cuidado com as interrupções do contato;
- exploração da relação terapêutica;
- experimentações no momento presente;
- investigação do campo atual.
A mudança acontece agora — não no passado nem no futuro.
Exemplos de práticas simples
- “O que estou sentindo no corpo neste momento?”
- “Que emoção aparece agora, sem tentar mudá-la?”
- “O que muda em mim quando falo disso?”
- “Isso que penso é realidade ou antecipação?”
- “Como está minha respiração agora?”
São pequenas portas que devolvem presença.
Se você quer viver com mais presença e menos sobrecarga mental
Cultivar o aqui-e-agora é cultivar realidade, clareza e contato consigo.
Se quiser conhecer mais do meu trabalho clínico online: