Funções do Self na Gestalt-Terapia

Funções do Self na Gestalt-Terapia: Id, Ego e Personalidade

Para a Gestalt-terapia, o Self é um processo, não uma estrutura fixa.
Ele se manifesta em três funções que operam dinamicamente no contato com o ambiente:

  • Id-função — sensação, emoção e necessidade emergente;
  • Ego-função — escolha, direção e limites;
  • Personalidade-função — narrativa, integração e continuidade.

Quando essas três funções fluem, nosso modo de existir é flexível, vivo e integrado.
Quando há bloqueios, surgem sintomas, repetição, rigidez, ansiedade, depressão ou confusão.


Id-função: onde a experiência nasce

A Id-função é o primeiro movimento da experiência.
É onde surge:

  • um impulso corporal (“vontade de…”);
  • uma emoção emergente;
  • um incômodo;
  • uma necessidade que pede atenção;
  • uma sensação que aponta para algo importante.

É espontânea, pré-verbal, sensorial.
É o organismo dizendo: “algo está acontecendo”.

Quando a Id-função é bloqueada:

  • a pessoa não sabe o que sente;
  • não percebe suas necessidades;
  • vive “no automático”;
  • fica anestesiada emocionalmente.

A terapia ajuda a ouvir esse primeiro movimento.


Ego-função: onde fazemos escolhas

A Ego-função é o centro da escolha, da ação e dos limites.
É onde conseguimos:

  • dizer “sim” e “não”;
  • decidir;
  • negociar com o ambiente;
  • colocar limites;
  • direcionar a energia emergente;
  • agir com clareza.

Sem Ego-função forte, a pessoa:

  • se perde nos desejos dos outros;
  • não sabe o que quer;
  • cede demais;
  • cria conflitos internos;
  • tem dificuldade de tomar decisões;
  • vive com culpa ou medo de desagradar.

Uma Ego-função rígida, porém, gera:

  • controle excessivo;
  • perfeccionismo;
  • inflexibilidade;
  • medo de vulnerabilidade;
  • hiper-racionalização.

Personalidade-função: continuidade, história e identidade

A Personalidade-função é a forma como integramos experiências e criamos
um senso de continuidade e narrativa sobre quem somos.

Inclui:

  • autoimagem;
  • hábitos e tendências;
  • crenças sobre si mesmo;
  • papéis sociais;
  • estilo de funcionamento.

Personalidade saudável é flexível — não uma identidade rígida.

Quando a personalidade se cristaliza demais:

  • há repetição de padrões;
  • a narrativa sobre si fica limitada (“sou assim e pronto”);
  • emoções novas não encontram espaço;
  • mudanças parecem impossíveis.

As três funções trabalhando juntas

O Self flui quando:

  • a Id percebe e sente;
  • o Ego escolhe e direciona;
  • a Personalidade integra e dá sentido.

Pequeno exemplo de vida cotidiana:

  • Id: sinto cansaço e irritação;
  • Ego: decido pausar e respirar;
  • Personalidade: integro que cuidar de mim é importante.

Quando essas funções estão desequilibradas, surgem dificuldades emocionais e relacionais.


Funções do Self na ansiedade

Na ansiedade:

  • Id hiperativa (sensações fortes);
  • Ego travado (medo de escolher);
  • Personalidade alimenta cenários de ameaça.

A terapia devolve ritmo e presença ao processo.


Funções do Self na depressão

Na depressão:

  • Id apagada (baixa vitalidade);
  • Ego sem energia para agir;
  • Personalidade com narrativas rígidas sobre si.

A terapia trabalha microimpulsos e reconexão afetiva.


Funções do Self no luto

No luto:

  • Id experimenta emoções intensas e oscilantes;
  • Ego tenta manter funcionamento mínimo;
  • Personalidade integra o significado da perda.

A terapia acompanha o ritmo e as oscilações naturais.


Funções do Self no trauma

No trauma:

  • Id assustada ou desligada;
  • Ego congelado (sem agency);
  • Personalidade moldada por experiências de ameaça.

A terapia reconstrói segurança, presença e movimento.


Se você deseja compreender melhor seus impulsos, escolhas e padrões

Conhecer as funções do Self ajuda a viver com mais autenticidade, limites e direção.

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